Subida das taxas de juro e inflação preocupam BCE

subida das taxas de juro

As expectativas de recuperação da atividade económica e a pressão inflacionista por esta provocada, são os principais potenciadores do movimento de subida das taxas de juro a que se tem vindo a assistir nas últimas semanas.

Neste arranque de ano tem-se assistido à ameaça da inflação devido às expectativas de crescimento, mas também devido ao excesso de oferta face à procura e também face a uma diminuição das compras por parte dos Bancos Centrais.

A taxa de inflação em Portugal tem apresentado uma tendência de aceleração tendo atingido em novembro passado os 2,6%. Na Zona Euro a subida da inflação superou as expectativas do mercado tendo-se fixado nos 4,9%. Esta pressão inflacionista deverá conduzir o Banco Central Europeu a rever a sua política de taxas de juro.

Este cenário traz sérios riscos às famílias portuguesas e ao setor imobiliário que tem, particularmente, resistido aos efeitos adversos da pandemia. Numa situação de subida das taxas de juro, as famílias portuguesas verão a sua despesa mensal com o crédito à habitação aumentar. Da mesma forma, a procura para comprar casa poderá abrandar devido ao facto de o crédito ficar mais caro.

O diretor do Departamento de Estudos Económicos do Banco de Portugal, Nuno Alves, revelou num Congresso de Economistas em Lisboa, que não é de esperar “um aumento rápido nem de grande magnitude” dos juros na Europa. De acordo com Nuno Alves, assim o será porque “a taxa de juro real, da economia”, decorre de fatores estruturais “como a desigualdade, a demografia e a produtividade”, que “estão muito baixos a nível global”.

Apesar da atual subida da inflação, as perspetivas no médio prazo permanecem moderadas, sendo improvável que sejam satisfeitas as condições necessárias para a subida das taxas de juro, conforme confirma Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu.

No decorrer da conferência de imprensa, depois da reunião do Conselho de Governadores do BCE realizada no passado mês de dezembro, a presidente do Banco Central Europeu revelou que foram revistas em alta, e de forma significativa, as previsões para a inflação na zona euro. Estas previsões indicam que a taxa de inflação em 2022 não irá descer rapidamente como se esperava, e ficará numa taxa média de 3,2% em vez de 1,7%. Para 2023 e 2024, a taxa de inflação esperada é de 1,8%, acima da previsão de 1,5%.

Por fim, e embora salientando que uma subida das taxas de juro já em 2022 é muito improvável, Christine Lagarde não fecha a porta a este cenário.

Para concluir, notou-se bastante marcado o nível de incerteza em torno da evolução da economia e da inflação, e por essa razão, o BCE deve manter um elevado nível de flexibilidade na condução da política monetária, dizendo-se preparado para agir caso sinta a necessidade de reforçar o seu compromisso para com o regime atual de baixas taxas de juro.

Se tiveres a decorrer um contrato de crédito, sugerimos que vás acompanhando a evolução desta matéria e te informes junto da tua instituição bancária se achares por bem fazê-lo.

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